6 de setembro de 2008

Revolução Industrial e a Literatura por Marcella e Izabela

Romantismo
O homem conquista liberdade para sonhar e sentir.No inicio do século XIX, os burgueses encontram-se num período ascendente. Observa-se o seu progresso político, econômico e social. Duas idéias acentuadamente defendidas: o liberalismo e o nacionalismo.Como ideologia burguesa que se opõe ao absolutismo, o liberalismo propõe a valorização individual do homem, a partir do momento em que defende os direitos ou liberdades de pensamento e expressão.Com a revolução industrial, a burguesia torna-se a classe economicamente dominante. Apesar de o proletariado ter lutado ao seu lado, na Revolução Francesa, contra o regime absolutista e ter desempenhado papel fundamental na transformação da sociedade, é a burguesia que se apodera de todos os privilégios.
Com a Revolução Industrial, alteram-se as relações comerciais e de trabalho.As duas revoluções provocaram no homem da época uma nova postura frente à realidade: a percepção de que os valores não são absolutos e de que os fatos da historia são relativos, porque viveu a experiência de fazer desmoronar a velha cultura e construir uma nova.Essa transformação é evidenciada na literatura. O escritor romântico rompe com as formas tradicionais e rígidas do período clássico e conquista a liberdade de expressão, volta-se para seu mundo interior e faz uma leitura da realidade. Assume uma postura nacionalista, mergulha em seu passado.Faz renascer o herói capaz de enfrentar tudo.O escritor romântico idealiza a sociedade, o homem, o amor. Quando entra em contato com seus sentimentos mais íntimos, emerge o lirismo. A natureza, o amor, a mulher, a religião são exaltados em toda a sua plenitude.Os versos livres foram adotados e a mitologia grega é substituída pelo medievalismo.A linguagem torna-se mais simples, mais comunicativa.Elementos como cor e imagens, figuras com hipérbole, exclamação, comparação, metáfora e prosopopéia emergem como forma de representação dos estados de alma do escritor.Entre todos os gêneros literários, o que teve maior destaque foi o romance, por ser uma forma de expressão acessível ao nosso público, composto essencialmente de jovens e mulheres, que procuravam na literatura a projeção de seus conflitos emocionais.
Realismo
O Realismo é um movimento que surgiu na Europa, na segunda metade do século XIX, influenciado pelas transformações que ali ocorriam no âmbito econômico, político, social e científico. Vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material decorrente das inúmeras invenções.
No entanto os benefícios não eram refletidos nas camadas mais pobres, que ao contrário passam a ter uma condição social cada vez pior.
Na Revolução de 1948, na França havia tensão entre republicanos e socialistas na França. Por causa do grande desemprego foram criadas turmas de trabalho para a construção de obras públicas em Paris e seus arredores. O Congresso considerava que o pagamento desses funcionários era um pesado fardo para o país. Os empregados foram demitidos. Sem capacidade para sobreviver, organizaram e lutaram sem esperanças contra as forças armadas do governo. As mortes foram elevadas. Os intelectuais e artistas simpatizantes dos movimentos populares, entre eles Millet, foram perseguidos.
Motivados tanto pelas idéias do socialismo os operários procuram organizar-se politicamente. Fundam então associações trabalhistas e passam a agir melhores condições de trabalho e de vida.
No âmbito cultural, ocorre uma verdadeira efervescência de idéias. Surgem várias correntes científicas e filosóficas. Entre elas o Positivismo, de Augusto Comte, para o qual o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, ou seja, provindo das ciências. Aparece também o Determinismo, de Hippolyte Taine (o comportamento humano é determinado por três fatores: o meio, a raça e o momento histórico)
No campo da ciência Charles Darwin apresenta a "lei da seleção natual", segunda a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos as variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se, sendo eliminados os mais fracos.
Os artistas, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem a necessidade de criar uma arte sintonizada com a nova realidade, capaz de abordá-la de modo mais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o Romantismo.
O movimento procura atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural, através do combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade, a crítica à sociedade e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, casamento, família); o embasamento no materialismo, o emprego de idéias científicas.

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